2.9.12

Meu livro; Intro parte 1

1º parte introdução
Existem pequenas coisas de que eu sinto falta na infância. Lembro de quando eu e mamãe íamos patinar na pequena pista de patinação improvisada ao leste de Boston. Era quase primavera e a neve das ruas já já tinha derretido, exceto a da pista de gelo. Achava isso fascinante. Também tinha o zoológico que ficava ao leste da cidade, que infelizmente, foi demolido há alguns anos atrás para dar lugar à um hospital. Enfim, muita coisa mudou desde quando eu cresci, e as mudanças são totalmente notáveis. O pequeno lago artificial no centro da cidade foi aterrado por quilos e quilos de areia, e agora, virou um parquinho para crianças. Eu costumava ver quando os caminhões de areia passavam para aterrar o que antes era o lago, onde eu costumava fazer pique-nique ao redor com a minha classe do jardim de infância.
Eu sou Mariah Eaton e moro em Detroit, a maior cidade do estado de Michigan. É novembro e lá fora a neve prevalece. O céu está azul anil. Um homem tirava a neve do estacionamento. Um cachorro latia.
“Mariah?” disse o professor de história. Era a última aula do dia, e eu não tirava o olhos dos ponteiros do relógio, que de propósito, insistiam em ir em câmera lenta.
Num pulo, eu saí da minha posição mais do que confortável, e deixei minha coluna ereta olhando assustada para os olhos e bocas que se movimentavam frenéticamente ao meu redor. Estavam rindo. De mim?
“Mariah, quantas vezes quer que eu repita?” o professor chamava-se Leonel Beck, e os óculos boca-de-garrafa era o que mais chamava atenção no seu rosto pálido e fino.
“Repetir o que?”
Mais risos e olhares me cercando. Olhei para o professor, e vi a sua expressão um tanto quanto irritada e indignada. Ele parecia muito sério, e com mr. Beck, todos sabem que não se brinca.
“Leia o sexto parágrafo da página cento e oitenta e dois, por gentileza.” ele falou gentil e pacientemente olhando para mim por cima dos seus óculos anos sessenta. Estávamos estudando sobre um aventureiro que navegou o mundo e trouxe inúmeros conhecimentos para a nação, e bla bla bla. Para que quero aprender a história de um navegador, se quando sair da escola, serei advogada? É esse tipo de coisa que me intriga profundamente em relação à escola e aos estudos. Tanto pra nada.
O sinal tocou e todos recolheram seus cadernos e livros e saíram da sala de aula, exceto eu.
“Mariah, você fica.”
Revirei os olhos numa tentativa desesperançosa de sinalizar que não estava afim de ouvir mais nenhum sermão.
“Reparei que você esteve um pouco mais desperça nas aulas. Tem algo acontecendo que eu precise saber?” disse o professor com um olhar de preocupação, franzindo as sobrancelhas, o que acentuava as rugas na testa. “Algo que esteja te encomodando ou tirando sua atenção? Algo em casa, por exemplo.”
Silêncio.
“Quer dizer, você não precisa me contar, mas só acho que é bom ter alguém com quem você possa conversar. E eu estou aqui.”
“Eu estou bem. Não tem nada de errado lá em casa.” eu não sei o por que de quando algo de errado acontece na escola, tudo indica que tem algum problema em casa ou algo que está encomodando. A aula chata dele já é o suficiente para que eu fique desperça e seguindo os ponteiros do relógio com os meus olhos.
“Tudo bem. Não vou te forçar a dizer nada.” se falta algo nos professores, esse algo é a confiança. “Lembre-se do trabalho para segunda-feira! Vale ponto.”
Coloquei minha mochila nas costas e saí da porta xingando-o mentalmente. Mas na verdade, algo estava tirando minha atenção mesmo. Os meus pensamentos distantes sobre o passado, a minha infância. O quanto tudo era bom e calmo.

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