(os textos postados no Nostalgia são todos textos fictícios)
Relatos de uma pessoa-nada-satisfeita
Não quero ser a arquiteta da minha própria destruição. Não mais. Vou parar com meus pensamentos psicopatas e os incontáveis "dane-se" que metralho mente à fora. É como se eu quisesse ficar assim; literalmente arquitetando cada mínimo detalhe da minha própria - e breve - destruição.
Desenhando passo a passo, incluindo cálculos indecifráveis em cada centímetro quadrado, vinculando as beiradas dos precipícios. Muitos acham que só exagero, que só dramatizo demais as coisas. Mas vou te falar a verdade. Não é normal isso. Não há nada de normal em mim, e principalmente nos meus pensamentos que ecoam na minha cabeça. Vez ou outra, eu mal consigo escutar o que há em minha volta, já que os ruídos aqui dentro são silenciosamente barulhentos e me tornam uma outra pessoa.
Não denominaria isso como simplesmente amigos imaginários ou vozes estranhas do além. Dane-se isso - droga. Sei que sou somente uma inquilina indesejada, e que meu próprio corpo pede descanso desse ser inútil que sou. Ele me rejeita, me expele. Crueldade masoquista.
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