25.10.13

Agonia essa de você longe

Então sua presença, aos poucos, foi se tornando ausência. Sua saudade pesou em mim, se apossou das minhas costas e doeu mais que carregar o mundo. Nada é mais triste que te ver partir, nada é tão gracioso quanto te ver chegar.
Tô sentindo sua falta sim, tô com vontade de ligar pro seu telefone e de ouvir sua voz. Sei lá, acho que seu jeito manso falando baixinho no meu pé do ouvido, resumindo tudo aquilo que só você sabe sobre nós é o que me acalma. A maneira doce que você me toca e acaricia, que desliza seus dedos sobre a minha pele úmida naquelas noites de inverno.
Ficar de conchinha, fazer ceninha de ciúme, ter crise de alergia e deixa que a saudade se torne agonia... Presente de Deus, criatura delicada e divina, você me encanta e cativa. Quando seus olhos encontram os meus, sua mão agarra minha cintura e nossos lábios se entrosam. Você, digo com a mais absoluta certeza da posse, é meu. Nunca vai ser de mais ninguém, porque não vai existir um outro alguém.
Quer dizer, existe sim. Ela deita na sua cama toda noite, se joga em seus braços e canta em alto e bom som falando dos meus cabelos enquanto eu os desembaraço. Ela chega bem fininha, de pontinha de pé, e invade seu coração na calada da madrugada.
Admito, ela é um saco e também me visita. Odeio isso de viver longe de ti, mas tô tão acostumada a te ver daí, de tão distante que parece ilusão quando você se aproxima. Com sua respiração quente, hálito doce, garganta seca, mãos suando.
Você um dia fez amor de brincadeira, hoje ele quem te faz de brinquedo. Você ama e só pode observar, condenado a ver a imagem que aparece no fundo do espelho.
Rafaela Faria

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