11.1.17

Pelo direito de amores bobos

11 de janeiro de 2017
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Ele sempre está do lado de fora do carro quando eu saio de casa. Abre aquele sorriso fofo e meus pés formigam, não nos movemos em questões de segundos porque o relógio não anda. É o tipo de sensação que eu adoro.
Entramos no carro e está tocando alguma música chiclete no som, algo que nos faz cantar juntos. Ela termina e nossos dedos se esbarram quando vamos trocar a estação. As borboletas do meu estômago nunca voaram tão alto.
Paramos naquela lanchonete que conhecemos depois de uma briga no meio de uma madrugada. As cores dela me fazem querer sonhar e trocar a cor do céu pra que sempre seja pôr-do-sol. E então eu tenho certeza, somos perfeitos um pro outro.
Mais alguns centímetros e nossa mesa está cheia de pétalas vermelhas jogadas no chão. Olho pra trás e ele está sobre um joelho, sorrindo pra mim, com um anel nas mãos. Minha mãe diria que aquilo tudo estava horrível, mas quem se importa? Eu diria mil vezes que sim se fosse pra casar com você.
O tempo passa tão depressa do seu lado que já estamos em uma noite de outono estrelada, mas nenhuma delas brilha tanto quanto seus olhos. Quero chegar mais rápido, mas existem protocolos matrimoniais que não podem ser quebrados.
Eu quase flutuo quando estou chegando perto e você sorri confiante, ai eu sei que estou segura. Sei que o sol pode apagar e os mares ficarem agitados, que ainda sim eu não desistiria desse amor. Eu olharia pra frente segurando sua mão.
Mesmo que tenhamos muito o que aprender ainda, mesmo que os ventos soprem contrários a nós e a terra se abra, eu ainda vou lhe entregar todo meu coração. Porque sem você, meus dias são uma espera interminável de algo que nunca vai vir. Sem você a vida é um tédio, só existem poucas razões pra alegria.
Ah, querido, eu amo nossas danças na cozinha e conversas de madrugada. Quando seu pé gelado encosta na batata da minha perna. quando seu cabelo fica bagunçado de manhã cedo. Amo saber que você está lá no fim do dia, saber que daquela covinha na sua bochecha quando chora ou sorri. Amo o fato até de você ter destruído o jardim.
Rafaela Faria

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