Caminhamos juntos na praia enquanto o sol se põe. De levinho, você entrelaça a minha mão.
Sinto um arrepio correr por todo o meu corpo, mas me comporto normalmente.
Olho em seus olhos, e dentro dele está refletido o mar e o sol juntos.
Vejo também gaivotas voando em direção ao inexistente. Pra onde será que elas vão? Como elas respiram quando o pôr-do-sol as tira o fôlego?
Ficamos frente a frente, e, de um segundo ao outro, eu sinto os seus lábios nos meus.
Então eu finalmente entendo como se é respirar quando não existe fôlego, como é ir pra onde não sabe-se e continuar sempre no mesmo lugar.
De forma inexplicável, você conseguia me fazer ser uma gaivota voando em seu céu.
Não era literalmente o céu, mas a sensação que eu tinha era de como se fosse.
Eu odiava entender isso enquanto o beijava, mas odiava muito mais o fato de esquecer como era a sensação quando você deixava que o vento tocasse meus lábios.
Eu queria que você continuasse pra sempre grudado em mim, seus lábios roçando nos meus e trocando várias carícias. Queria o seu amor eternamente pra mim, mas compreendi que não podia ser assim. Hoje estamos juntos em pensamento, mas separados em corpos.
Rafaela Faria
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