Eu sou invisível e todo mundo sabe quem ele é. - Superstar, Taylor Swift.
Estar apaixonada, será que algum dia haverá algo tão ruim que chegue aos pés disso?
Daqui a uns dias se completa mais um ano que estou apaixonada por ele, a "estrela" da escola. Ele é atleta, toca violão, sabe cantar e dançar.
Eu o encontro no espelho da minha alma, num sopro de imaginação e ilusão que retorna aos meus pensamentos todas as noites, o acampamento de verão qual eu nunca deveria ter ido. Nunca deveria nem ter passado em frente aquela porta festiva e convidativa onde pessoas estavam se inscrevendo pra passar uns dias no campo.
E lá estava ele, calça jeans, camisa branca e tênis preto. Sorrindo, passando os dedos pelos fios dourados cabelos a fim de puxá-los para trás e não atrapalharem a sua visão. A visão daqueles lindos olhos azuis.
Foi algo repentino, atendendo ao meu desejo de vê-lo mais de perto, eu me inscrevi assim como todas as outras pessoas sem nem mesmo comunicar a minha mãe.
Cheguei em casa e contei a ela o que tinha feito, omitindo ele. Ela, primeiramente ficou confusa, mas depois aceitou por ser uma atividade "sociável" e eu nunca saia de casa.
Arrumei a mala. Coloquei mil e um repelentes nela esperando que ninguém pensasse que eu estava os contrabandeando. E por fim, arrumei o meu melhor sorriso. Uma noite inteira os treinando em frente ao espelho, pra caso ele olhasse pra mim eu parecesse um pouco melhor do que sou.
Cheguei dez minutos mais cedo que o combinado e ele já estava lá, sendo sociável como sempre, sorrindo pra todas as garotas. Menos pra mim, que estava escondida apenas observando a minha estrela de cinema. Sua doce pele levemente bronzeada pelo sol, seus olhos azuis, seus fios loiros, seu corpo atlético e sua boca que só tocaria a minha em um dos meus delírios românticos.
"Posso sentar do seu lado?", olhei pra cima descrente do que me esperava. Lá estava ele, sorrindo pra mim e eu esquecendo de sorrir de volta.
Pensei em dizer que não e tudo aquilo acabaria daquele jeito, a minha viagem e minha vida. Nada de romance pelos próximos sete anos, pois negar algo a ele certamente me traria azar.
"Sim, sim. Claro que sim." falei mantendo os meus olhos nos dele, que brilhavam mais que a lua cheia e depois voltei meus olhos ao chão pra que ele não percebesse que estava corando.
E assim, sem mais nenhuma troca de palavras o ônibus deu a partida e fomos embora, eu não tinha mais a chance de desistir de última agora. Era tudo ou nada, mas meu tudo era o seu nada.
Enquanto o ônibus passeava pelas estradas, eu admirava o sol que refletia entre as árvores, sentia a brisa suave que vinha da pequena janela e finalmente podia estar perto a ponto de escultar a respiração dele, que não estava nenhum pouco nervosa ou ofegante. Enquanto a minha, eu disfarçava com pequenos exercícios aprendidos em uma aula de educação física.
Sua mão encosta no meu braço e eu me assusto, mas não susto de medo e sim o de não saber o que fazer ou como reagir. E gesticulando ele me oferece um pouco do que estava comendo. Eu digo não abrindo um sorriso qual nunca havia ensaiado e os olhos deles irradiam a luz do sol de encontro aos meus. Ele, de repente, começa a contar-me todas as suas viagens e o quanto essa era emocionante pra ele e que nunca havia planejado passar tantos dias longe da sua família. Eu o ouvia atenciosamente e grava cada palavra que pronunciava e o som de sua voz.
No último dia do acampamento, uma tarde de domingo ensolarada enquanto todos os outros tomavam banho de rio, ele interrompe uma das minhas leituras e beija os meus lábios. Então descubro o sabor de estar viva retribuindo o seu gesto de paixão, mas é como dizem: "o que acontece em Vegas, fica em Vegas.". Apesar de não ter ido a Las Vegas, foi a mesma maneira que funcionou esse compromisso. Até o dia em que ele veio atrás de mim após a aula e, na frente da minha casa, me entregou um buquê de rosas e me deu mais um de seus beijos apaixonados antes de finalmente recitar as palavras que mais aguardei em minha vida: "quer ser a minha namorada?"
Rafaela Faria
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