30.8.13

Mais um faz de conta pro coração do meu bem

Você toma um remédio pra dor de cabeça, aí ele ataca o estômago. Vou resumir nessa frase toda a história de nós dois e colocar em cima de uma prateleira como exemplo pra todos os meus futuros relacionamentos.
Digamos que a garota que você conheceu foi a mesma que você destruiu e deixou mais baixa que o chão, enterrou a sete palmos dos seus pés. Você com o seu complexo de Napoleão, de quem precisa estar no controle e conquistar tudo aquilo que vê pela frente, eu não pude escapar da sua mira.
Você chegou como uma brisa de verão e fez um estrago maior que o melhor dos ciclones. Só precisou sorrir e a mágica estava feita, eu tinha sido colocada estrategicamente nas suas mãos pelo mesmo destino que me jura reservar um amor perfeito pra depois que eu tiver aprendido tudo sobre os caminhos da paixão.
Mas eu nunca alcanço esse amor, talvez porque ele já seja um ex-futuro amor. Um amor daqueles de cinema que precisa de várias caixinhas de lenço pra acompanhar.
Eu esperava mais do seu eterno, esperava mais das suas promessas. Eu esperava muito de tudo aquilo que você me dizia que iria fazer pra mim e comigo. Eu esperava mais de você porque estava dando tudo de mim, tudo que eu tinha pra oferecer sobre e com amor.
Eu não estava aguardando chocolates, muito menos flores. Eu estava ansiando pelos seus carinhos e seus abraços. Eu estava pronta pra receber tudo aquilo que você está guardando pra uma pessoa especial, que nunca vamos poder dizer que sou eu.
Eu queria ser a primeira pessoa que você pensasse logo que acorda e aquela com quem você faz planos antes de dormir. Não queria que seu mundo girasse ao meu redor, mas queria que nossos mundos estivessem em sintonia. Só que o seu estava fora de ar, tocando um outro ritmo, perdido em outros embalos. 
Não era eu e ainda não é. Nem por um momento vai poder ser ou poderemos simular aquilo que nos foge ao roteiro. Nossa vida não funciona com improviso, com uma barra de opções para que possamos formatar aquilo que achamos estar errado.
Nossa história acaba assim, um conto de fadas distorcido. Um poema sem rima, uma sinfonia que não se tem como dançar, a quarta pessoa do plural ou o sujeito inexistente. Sou tudo aquilo que nunca vai encaixar na sua vida.
Rafaela Faria

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